Era tida como louca por muitos amigos.. enquanto via esses mesmos amigos fadados eternamente a fazer sempre as mesmas escolhas.
Ela tinha algo de construir e desconstruir o seu próprio mundo,observar os seus próprios incêndios e a resolução ao apagar o seu próprio fogo.
Ela observava..
Para ela, diferente de outrora, as pessoas não eram mais descartáveis,
porém ela já não buscava mais a perfeição. Não buscava mais agradar a todos..
mas, buscava ardentemente o auto conhecimento.
Conhecer seu próprio ritmo,
seu próprio corpo e seus próprios limites..
passou a construir a definição de onde está e onde quer chegar.
Portanto ela só observava.
Observa o quanto as relações humanas estavam artificiais, o quanto as pessoas estão distantes e se distanciando mais a cada vez.
Observava o florescer de um evento em que as pessoas estavam se tornando invisíveis, ninguém mais se olha nos olhos..
observava o quanto é comum pessoas não aceitarem bons argumentos,
somente para não ferir o próprio ego em admitir estar certa a opinião contrária a sua.
Observava que cada um quer ter a sua intimidade,
enquanto acha justo invadir a intimidade de outros em nome da "moral e dos bons costumes".
Quantas pessoas que se colocam na situação de estarem fadadas fazer sempre as mesmas escolhas.
E ela observava livremente que ao seu redor transitavam várias pessoas acorrentadas pelas próprias escolhas, contudo cegas às amarras que as condicionavam a optar por tais escolhas.
Ela observava a preguiça generalizada e comum de formar opinião por conta própria,
tudo muito superficial.
Quem dita as regras?
Quem se vê no direito de ser dono do corpo e das decisões de outra pessoa esta se enganando ou tentando enganar alguém?
E em qual ponto a liberdade e o amor próprio de um começa a ferir a liberdade e o ego de outro.
Ela observava essas pessoas que se tornavam uma mercadoria de moda, costumes ou mídia..
essas pessoas teriam amor próprio, fazem para se enganar... ou por ser a forma que encontrou para se sentir mais importantes..
E se eu dissesse que ao final, nada disso tem sentido, Pois na natureza, tudo é energia que se transforma, e a sina do ser humano é morrer um dia, todos são substituíveis ou insignificantes para o universo.
Porém, nas conclusões das observações dela.. ninguém é substituível, ninguém é descartável.. ela consegue enxergar valor até nos erros... Pois os erros também os torna humanos. Ela começa a dar mais valor a si.. e ao próximo..
Que lindo é o processo de auto conhecimento,
E nesse processo ela aprendia um pouco mais da vida.
Ela só observava.